A Atlântida perdida - Ilha de Sardenha - Itália

Ilha de Sardenha - Itália

"A Atlântida perdida"

Segundo alguns estudiosos, a lendária Atlântida poderia ser a Sardenha da época nurágica. O primeiro arqueólogo a defender essa tese foi Paolo Valente Poddighe em 2004.

A Sardenha é uma ilha do mar Mediterrâneo ocidental e uma região autônoma da Itália, possui cerca de 1,65 milhão de habitantes e uma área de 24 090 km² e uma extensa linha costeira de1 849 km, durante muito tempo foi considerada a maior ilha do Mediterrâneo, quando na realidade é a segunda em área, atrás da Sicília. A ilha também possui cerca possui 377 municipios e tem como capital a Cagliari. 

Está situada a oeste da península Itálica, sul da Córsega e norte de Tunísia, é uma região autonoma desde 28 de fevereiro de 1948 com estatuto especial, juntamente com Vêneto, é uma das duas regiões cujo status descrevem os habitantes locais com a expressão 'popolo' (pessoas), expressão destituído de qualquer significado jurídico ou o reconhecimento legal das diferenças com outros cidadãos italianos.

A maior parte da costa é formada por montanhas, com traços longos e relativamente direitos, com muitos cabos imponentes , algumas baías largas e profundas, existindo numerosas ilhotas e ilhas menores.

O território é constituído por montanhas e colinas com altitudes geralmente entre os 300 e os 1 000 m. O maior maciço montanhoso, o Gennargentu, encontra-se na parte centro-oriental da ilha e tem o seu ponto mais alto, a Punta La Marmora com seus 1 834 m. 

Outras montanhas importantes são o monte Limbara com 1 362 m, no nordeste, o monte Rasu com 1 259 m, no maciço de Marghine e Goceano (norte), o monte Albo com 1 057 m, no maciço de Sette Fratelli (sudeste), e no sudoeste, o Monte Linas com 1 236 m e os montes Sulcis.

Clima


O clima é mediterrânico, com temperaturas geralmente suaves, até mesmo no inverno, com primaveras e
outonos quentes, verões que podem ser muito quentes, chegando mesmo aos 45°C, o que é propício à ocorrência dos incêndios frequentes. Em contrapartida, as temperaturas mais baixas nunca são inferiores
a 0°C. O vento dominante é o mistral, que sopra de noroeste durante praticamente todo o ano, principalmente no inverno e primavera, por vezes com bastante intensidade, o que faz as delícias dos amantes da vela. Sendo geralmente frio e seco, tem um efeito refrescante.

Única água doce da Ilha

Os principais rios são o Tirso, com seus 151 km, o Flumendosa, com seus 127 km, e o Coghinas, com seus 115 km. Existem pelo menos 54 barragens que são usadas para irrigação agrícola e produção de eletricidade. As mais importantes são a de Omodeo e de Coghinas. O único lago natural de água doce é o de Baratz, no noroeste, perto de Alghero. Existem várias lagoas de água salgada pouco profundas ao longo da linha costeira.

As ilhas mais importantes são: Asinara, San Pietro, Sant'Antioco e as do arquipélago de Maddalena.
Transportes aéreos

Há voos regulares diretos para as principais cidades italianas, mas também para algumas cidades europeias, prinicipalmente em França, Espanha, Reino Unido e Alemanha. Os voos internos estão limitados a uma ligação diária entre Cagliari e Olbia.

Os cidadãos da Sardenha beneficiam de tarifas aéreas especiais. Diversas companhias aéreas de baixo custo (low cost) operam na Sardenha, existindo uma, a Meridiana que tem a sua base no aeroporto de Olbia. A Meridiana foi fundada em 1963 com o nome de Alisarda pelo Aga Khan IV, Karim al-Hussayni. O desenvolvimento da companhia seguiu o da estância turística (resort) de Porto Cervo, no nordeste da ilha, um sítio famoso frequentado por milionários e estrelas de cinema de todo o mundo.

Histórinha legal


Em outubro de 2004, vários cientistas da Universidade de Montreal foram à Sardenha para aí estudar uma particularidade local recentemente constatada por médicos da ilha: um número importante de homens supercentenários (de idade igual ou superior a 110 anos), algo raro, pois habitualmente são as mulheres que chegam a essas idades tão avançadas e na Sardenha o número de homens supercentenários supera o das mulheres. 

Segundo os dados verificados por esses estudiosos, não havia registro de quaisquer homens supercentenários no Canadá. O fenómeno também foi objeto de estudo do Groupe d'étude de démographie appliquée (grupo de estudo de demografia aplicada) da Universidade Católica de Louvain, da Bélgica, no âmbito do projeto europeu FELICIE Várias explicações são avançadas para o fenómeno, como o ar das montanhas ou o regime alimentar, mas também fatores genéticos.


História da Ilha


A história da Sardenha é muito antiga, remontando ao Paleolítico Inferior. Foram encontrados vestígios humanos datados de 150 000 a.C. e os sinais de presença humana mais antigos são de há 500 000 anos.1 No entanto, supõe-se que o povoamento só ocorreu de forma estável no Neolítico inferior, cerca de 6 000 a.C.1

Vista das Nurague Losa, perto de Abbasanta, na província de Oristano e Túmulo de gigante de Osono, perto de Triei


Antes da chegada dos fenícios a partir do século X a.C., houve três civilizações autóctones que prosperaram na ilha: a de Bonuighinu, que surgiu no Quarto milénio a.C., a misteriosa população Shardana, e a mais célebre cultura nurágica, que se desenvolve a partir do século XVI a.C., senão antes, da qual os vestígios mais monumentais são os mais de 7000 nuragues (chamados localmente nuraghes no norte e nuraxis no sul), torres defensivas em forma de tronco cónico construídas com grandes blocos de pedra talhada e trabalhada, que se encontram espalhados por toda a ilha.

Atlântida?


Além dos nuragues, há numerosos monumentos pré-históricos ainda mais antigos, como os domus de janas (tradução: casas de fadas) escavadas em granito, que eram usadas para enterrar os mortos, os túmulos de gigantes, de dimensões ciclópicas e muito frequentes no interior da ilha, e monumentos megalíticos, nomeadamente menires.


Os fenícios estabeleceram colónias costeiras a partir do século IX a.C. No século VI a.C. a ilha seria integrada no império de Cartago. Os cartagineses não se limitaram a ocupar as colónias costeiras fenícias e dominaram toda a ilha.

Templo cartagines de Antas
Aos cartagineses seguiram-se os romanos, que em 239 a.C. receberam a ilha na sequência da derrota cartaginesa na Primeira Guerra Púnica. Em 227 a.C., foi constituída a província romana da Córsega e Sardenha. Roma institui uma administração forte e bem organizada, cuja eficácia era assegurada por uma rede de estradas muito ramificada, da qual ainda subsistem alguns traços originais e cujo traçado foi em muitos casos retomado pelas estradas atuais.

Na turbulência da queda do Império Romano, a Sardenha é praticamente abandonada à sua sorte no século V, tendo sofrido vários saques dos vândalos do norte de África durante 80 anos, entre 460 e 530 d.C. (ou 456-534 segundo outros autores). A ilha faz parte do efémero império vândalo até ser conquistada em 530 ou 534 pelo Império Bizantino. Durante o período bizantino subsistiu um reino independente na região montanhosa da Barbagia, na parte oriental da ilha que duraria nove séculos.

A partir do século VIII, os árabes e berbereses realizaram várias razias à Sardenha, o que contribui para enfraquecer a autoridade de Bizâncio sobre a ilha, cujo governador assumiu uma autoridade independente. Para melhor defesa, ele dividiu a ilha em quatro territórios: Gallura, Logudoro, Arborea e Caralis. Em 851, esses territórios já eram quatro monarquias independentes que por várias vezes caíram no poder de Génova, Pisa e árabes.

Com diversos sobressaltos, os giudicatis sobreviveram até ao fim do século XIII, altura em que passam a ser territórios controlados pelas repúblicas marítimas italianas de Pisa e Génova, à exceção do giudicato de Arborea, que permanece independente até 1410 e autónomo até 1478, ano em que é definitivamente conquistado pelos catalães do reino de Aragão.

Templo cartaginês de Antas
A partir 4 de abril de 1297 é formalmente criado pelo papa Bonifácio VIII o "Regnum Sardiniae et Corsicae (Reino da Sardenha e Córsega), o qual é concedido como feudos ao reino de Aragão. Os aragoneses (catalães) só iniciam a conquista efetiva da ilha no século XIV, a qual só terminaria em 1409.

Os aragoneses e catalães só abandonariam a Sardenha no início do século XVIII, altura em que passou para a posse do Sacro Império Romano-Germânico. Em 1718, passou para a posse da Casa de Saboia, os governadores de Piemonte, passando o duque de Saboia a usar o título de rei da Sardenha a partir de 1720. Apesar disso, o território manteve-se autónomo até 1847. Em 1848 estalou a guerra da guerra de independência e unidade italiana, a qual foi liderada pelos rei do Piemonte-Sardenha. O reino do Piemonte-Sardenha torna-se o Reino de Itália em 1861.

Essa e outras curiosidades sobre a Ilha de Sardenha você encontra nesse link: fonte


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